Bodas de ouro – Osvaldo e Cacildes

Alguns anos antes de falecer a minha mãe deixou claro que queria que a gente “se reunisse ao menos uma vez por ano para fazer uma festa”. Alguns anos depois o pai também disse a mesma coisa algum tempo antes de falecer. Por isso temos o compromisso moral de fazer pelo menos duas festas por ano para satisfazer seus últimos desejos.

Para fazer uma festa tem que ter um motivo nem que seja o aniversário do papagaio, assim a gente procura não faltar em nenhuma festa, e sempre que possível a gente vai nas festas dos tios e primos, muitas vezes até mesmo sem ser convidado. Assim…

Recebendo um trato para a festa

Casualmente? Estávamos na vila visitando os parentes e como sempre não poderíamos deixar de visitar o tio Osvaldo, chegamos na casa dele na sexta-feira justamente na hora que ele estava se arrumando pra festa. Claro! No outro dia era a festa de bodas de ouro, conversa vai conversa vem… os sobrinhos que vieram de longe também estavam convidados.

Oportunamente fomos visitar o tio Osvaldo e a tia Cacildes

Chegou o grande dia, estávamos hospedados no Quida&Milvo Hotel, de manhã fomos ver a tia Rosa e o tio Ângelo, ela já estava com problemas de memória, se apagando como uma vela que alumiou a vida toda. Apesar do amorzinho (tio Ângelo) tentar convencê-la a ir à festa ela se recusava pois não queria ir em festa de estranhos (a irmã e o cunhado). Estávamos quase todos prontos e a tia Rosa se recusava a ir à festa e o tio Ângelo não iria sozinho, não podia deixar a Rosa. Numa conversa com os dois a Catia conseguiu descobrir uma coisa que ela gostava…

Tia Rosa

– Tia vamos dançar, vai ter baile!
– Se é assim eu vou… e começou a cantarolar uma musica de seu tempo de juventude.

Estava resolvido iriamos todos à festa. Mas a história estava apenas começando…

Levamos o tio e a tia no nosso carro e as crianças foram com outras caronas. Ao chegar no salão teríamos que levar ela meio carregada pois não conseguia dar mais que alguns passos. Um dos primos acho que foi o Euclésio trouxe uma cadeira para ela sentar e carregaríamos a cadeira. Foi aí que tivemos a primeira grande surpresa. Ela recusou a cadeira e disse:
– Eu não vou entrar num baile carregada. – e entrou andando.

A segunda surpresa foi quando chegamos perto da mesa da família, ela não reconhecia ninguém, mas ao ver um casal sentado próximo a ponta da mesa ela exclamou:
– José rato! Então você tá aqui! – e abraçou efusivamente o cunhado.
Todos ficaram surpresos porque a memoria dela vinha falhando, mas lembrou dele e de uma série de coisas e fatos ligados a ele no passado. Pouco tempo depois estava se sentindo em casa, depois de apresentada a várias pessoas pelo José rato. E a festa continuou…
O jantar estava magnífico, o amorzinho se desdobrando em cuidados pela sua mais linda flor a Rosa até que o pessoal resolveu começar a dançar e aí a Rosa estava cansada e não quis dançar, então o Tio Ângelo convidou a Licéia, minha filha e foram dançar. Não demorou muito e a tia estava excomungando aquela gasguita que dançava com o amorzinho, e mais, ia dar uma surra de guarda-chuva nela, felizmente no ouro dia não lembrava mais de nada.

Mas as surpresas da festa não pararam por aí, alguém desafiou um casal, de uma certa idade, que não eram os noivos, a dar um beijo em público e aí começou a gritaria de Beija! Beija! e foi então que fomos brindados com um beijo cinematográfico…

Beijo cinematográfico

do tio José e da tia Ercília

PS.: Isso foi só um resumo da festa.
PS2.: Se quiserem baixar as fotos com mais resolução é só clicar na miniatura abrir a foto e clicar com o botão da direita e salvar como.

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